sábado, 13 de fevereiro de 2010

Barcelona, o desmistificador.



No mundo sempre existiram várias máximas, alguns mitos, e muitas “mentiras verdadeiras” – aquelas que, segundo Joseph Goebbels (ministro da propagando de Adolf Hitler), depois de repetidas mil vezes, tornam-se verdades absolutas e indiscutíveis. O futebol é pródigo de tais mitos, além das chatas frases feitas.

O Barcelona, atual campeão europeu e mundial, vai de encontro a várias tendências (mitos) do futebol mundial.

Os grandes clubes europeus exportam craques em grandes negociações. O Chelsea, por exemplo, pagou fortunas por Drogba, Ashley Cole, Ballack etc. O Real Madrid, por sua vez, gastou centenas de milhões de euros para ter Cristiano Ronaldo, Albiol, Kaká, Xabi Alonso e Benzema numa única temporada. A Internazionale de Milão não tem sequer um italiano em seu time titular. Assim tem sido a política de formação de elenco dos grandes clubes da Europa: compram o craque pronto. No caminho inverso, o Barcelona tem Puyol, Piqué, Xavi, Iniesta, Busquets, Pedro e Bojan formando a base do time principal (os quatro primeiros são titulares absolutos). Claro que há as contratações de altas cifras, como as de Daniel Alves e Ibrahimović, mas nenhum clube grande do mundo tem tantos jogadores formados em casa em seu elenco principal.

As categorias de bases hoje, inclusive no Brasil, são seleções de jogadores altos e fortes para exportação. O Barcelona lançou os baixinhos Xavi e Iniesta, que são dois dos melhores jogadores do mundo na atualidade.

Taticamente falando, grande parte dos times entrega a bola para o adversário e marca, numa clara estratégia de jogar no erro do adversário. Muitos times tentam controlar o jogo sem a posse de bola, com uma grande capacidade de composição defensiva. Essa é uma tendência que parece crescer no futebol mundial. O preocupante: no Brasil essa tendência parece ser ainda mais acentuada, indo contra a tradição do futebol tupiniquim. O técnico do Palmeiras, Muricy Ramalho, admite abertamente que treina suas equipes com este fim.

O Barcelona mantém a posse de bola e joga. O time catalão tem 70% de posse de bola em média, mesmo contra adversários capacitados tecnicamente.

A pergunta que fica: o Barcelona é exceção e deve ser tratado como tal, ou deve servir de exemplo?

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