quarta-feira, 31 de março de 2010

Agora, como nunca, o ASA é Alagoas na Copa do Brasil!

Hoje, o ASA, no Rio de Janeiro, enfrenta o Vasco pela Copa do Brasil. E o que mais se associa ao ASA, na imprensa “nacional” – aquela localizada nos centros midiáticos, que de nacional não tem nada –, é a já longínqua eliminação do Palmeiras na Copa do Brasil de 2002. Quando um comentarista "super bem informado" fala do confronto em São Januário (de 2010) e se arrisca a falar do time de Arapiraca, só lembra o tal confronto no Palestra Itália. É muita falta do que falar, viu? “O Vasco é o favorito, mas vele lembrar que o ASA eliminou o Palmeiras...”. O sujeito senta numa cadeira e solta um acervo inacabável de frases feitas, idiotices e obviedades; pronto, está empregado como comentarista.

Uma coisa precisa ser dita: é equivocada a comparação do ASA/2002, que eliminou o Palmeiras, com o atual ASA. Em 2002, era um time modesto até mesmo dentro do estado de Alagoas, e sem nenhum resultado significativo em nível nacional. Era o atual bicampeão alagoano à época, é verdade, mas não era uma realidade afixada no futebol alagoano (como é hoje). Tanto que CRB e CSA tinham times muito superiores e fizeram as finais do certame daquele ano. De certo modo, era um mais um clube do interior... Ao menos era visto assim por nós, de Maceió. Enfim, era "mais um saco de pancada de CRB e CSA".

Será que alguém da mídia “nacional” tem a mais remota ideia disso?

Hoje o ASA é o maior clube de Alagoas – isso é indiscutível, meus confrades regatianos –, e conseguiu acessos seguidos no Campeonato Brasileiro (deve esbarrar no sistema da Série B, mas isso é outra história). É muito mais competitivo que CRB e CSA. Não cabe nem comparação.

O Vasco é o favorito, sem dúvida. Sempre foi! Comparar os jogadores de Vasco e ASA, posição por posição, o time carioca provavelmente vence por onze a zero. Tem até um fator de desequilíbrio: Philippe Coutinho. Mas não só de nomes se faz um time. O ASA tem um time que joga junto há três anos (com alterações homeopáticas, aqui e ali) e tem o mesmo (excelente) treinador – Vica (foto) – desde então. É salutar o Vasco abrir bem os olhos.

Assistindo ao Bate-bola, na ESPN Brasil, o PVC falou o seguinte, ipsis literis: "O ASA não tem time pra vencer o Vasco". Espera aí (!), eu poderia até concordar, mas o que o PVC sabe sobre o ASA para falar isso tão categoricamente? Com base em que o PVC falou isso, senão na presunção? Tudo bem, a lógica é que um time "grande" do eixo seja melhor tecnicamente que um time de um estado do terceiro (ou quarto) escalão do futebol brasileiro. E na verdade, para o caso em tela, é. Mas daí dizer que não tem condições de vencer há uma distância considerável.

Repito, o Vasco é o favorito natural, pelo investimento e até pelo resultado do primeiro jogo. Mas o ASA não é cachorro morto.

O rebaixado CSA eliminou o Santos, dos jovens Neymar e Ganso. O confronto da vez coloca de frente o melhor time de Alagoas contra o decadente Vasco da Gama. A situação é bem diferente, e menos dispendiosa para Alagoas.

Ainda hoje, no Redação Sportv, o Oscar Ulisses, na presença do técnico Charles Guerreiro (do Paysandu), disse que o maior adversário do Palmeiras não é o Paysandu, mas si próprio. O técnico do Papão, um tanto encabulado com a colocação regada de arrogância, sorriu e balançou a cabeça negativamente.

Não quero dizer que o ASA tem o mesmo nível técnico do Vasco, nem o Paysandu do Palmeiras. Assim como não sou louco de dizer que qualquer time brasileiro chega aos pés do Barcelona, do Real Madrid, da Internazionale, do Chelsea, do Manchester United, do Arsenal, do Bayern de Munique etc. Pena que ninguém da imprensa “nacional” diz, por exemplo, que o Vasco não tem time pra vencer o Chelsea.

Pena o nível da imprensa ser esse: arrogância, presunção, desinformação, bairrismo etc. Será que ninguém da imprensa “nacional” se dá conta?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Celso Teixeira é novo treinador do CRB

Após perder por 3 a 1 para o Corinthians Alagoano, em mais uma atuação deprimente do time do CRB, Celso Teixeira foi anunciado como novo treinador para a sequência do Campeonato Alagoano. Amauri Knevitz, demissionário da vez, não resistiu à saída do time do G-4 e ao pífio futebol demonstrado nas últimas partidas, mesmo na vitória contra o Santa Rita.

O defeito do CRB é de difícil diagnóstico para quem não está lá dentro, nos treinos e no dia-a-dia. Padrão de jogo o time nunca teve, mesmo quando estava entre os líderes. O CRB se sobressaía pelas qualidades individuais; Rafinha, Johnnattan, Edmar e Wellington estavam “comendo a bola”. A partir do jogo contra o Coruripe – jogo em que o CRB venceu –, a individualidade dava sinais de que sumiria. O motivo dessa queda, sinceramente, eu não sei ao certo. Talvez o fato de as outras equipes reforçarem seus plantéis (ou para tentar a classificação ou para fugir do rebaixamento). Ou, ainda, é possível que haja algum problema interno que desconheço.

A solução da diretoria é a contratação de Celso Teixeira. Ontem, na saída do jogo, o nome que me passava pela cabeça era justamente do “Louco”. Apesar de tê-lo como um treinador com conhecimentos táticos limitados, ele é o nome certo para este momento no CRB. Que fique claro, para este momento específico. O Galo precisa de alguém que venha para chacoalhar e, se necessário, tomar atitudes severas contra quem esteja rendendo abaixo do que pode e deve.

O técnico tem uma relação estreitíssima com o CSA, mas isso não vem ao caso, absolutamente.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Carta dos paraíbas às lágrimas de egoísmo do Rio de Janeiro



Carta do Deputado Federal Antônio Feijão (PTC-AP) em resposta ao que ele chama de hipocrisia lacrimal do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Um primor!

"Vou tentar aproveitar os rios de lágrimas do governador Sérgio Cabral para refrescar, com um vapor de informações da história, mais ou menos o que este País já fez pelo Rio de Janeiro e sua Cidade Maravilhosa. Na 2ª Guerra Mundial, a vinda de Roosevelt (presidente dos Estados Unidos) e seu encontro com Vargas (Getúlio Vargas, presidente do Brasil), em Natal, não foi para retirar riquezas do fundo do mar. O encontro do presidente Roosevelt com Vargas em Natal foi para negociar a implantação, no Rio de Janeiro, da Usina Siderúrgica Nacional. E a custo de que e de quem? A Usina Siderúrgica Nacional foi dada, com os braços abertos do Cristo Redentor para abençoar, por seus compatriotas acreanos, cearenses que foram em marcha, em mais de 17 mil soldados da borracha, para pagar a conta de o Rio de Janeiro ter uma indústria do primeiro mundo. O governador do Rio de Janeiro, antes de se afogar na sua hipocrisia lacrimal, precisa estudar a história. O Rio de Janeiro foi capital da República e se embebedou em trilhões de reais. O Rio de Janeiro foi palco de um fracassado Jogos Pan-Americanos porque a corrupção e o desvio em obras foi tão grande que, depois dos jogos, ninguém viu o aproveitamento. E tiveram que fazer reforma, por exemplo, no parque aquático lá implantado e ainda novinho em folha. O Rio de Janeiro também foi escolhido para ser a sede das Olimpíadas. O Rio de Janeiro recebeu grandes investimentos. O Rio de Janeiro não tinha como gerar energia e recebeu Angra I e Angra II e terá Angra III. A custo de que foi implantado o primeiro núcleo elétrico de Angra? A custo de mais de 6 bilhões de dólares. Dinheiro vindo de onde? Não foi do fundo do mar. Esse dinheiro poderia ter sido gasto no Amapá. Cadê as lágrimas do Governador do Rio de Janeiro? Quando foi para pesquisar, a Petrobras gastou bilhões de dólares em poços que não tiveram sucesso. De onde saiu o dinheiro para bancar o risco e garantir o sucesso da Petrobras? Do Erário. Portanto, meus amigos cariocas, não vão nesta onda e nem peguem surfe nas lágrimas deste governador cheio de hipocrisia, prestem bem a atenção em que um país não se faz da felicidade e do fausto de um único Estado. Um país se realiza pelo equilíbrio federativo. Não pode Macaé (considerado município produtor, no Rio de Janeiro) viver um fausto, uma riqueza, enquanto o Estado inteiro do Amapá tem menos de 3% de saneamento básico. Nós não podemos aceitar isso. Macaé hoje vive uma riqueza, uma meca, e é preciso que o petróleo seja um instrumento para o Estado Nacional inteiro, porque petróleo só dá uma safra."

Extraterrestre? Mundo se curva diante de Lionel Messi

quinta-feira, 11 de março de 2010

Novo técnico do CRB e o 3-5-2



O novo técnico do CRB, Amauri Knevitz, treinou essa semana com uma formação que deixou a muitos surpresos, e a outros, perplexos. Eu fiquei surpreso, mas positivamente. Tirou os alas Léo – que por característica não é jogador de flanco – e Rafinha, e pôs o atacante/meia-atacante Edmar, na ala direita, e o volante/meia Fábio Jonas, na ala esquerda. Muitos, inclusive na imprensa, manifestaram tal mudança como uma “invenção”. O que foi feito, pode ser ousado, mas não é nenhuma inovação.

Com esta mudança, o técnico do CRB parece querer armar o time num verdadeiro 3-5-2, o genuíno. Tal esquema foi utilizado de maneira equivocada pelos técnicos brasileiros. A premissa básica: 3-5-2 são três jogadores na defesa, cinco no meio-campo e dois no ataque. Primariamente – desconsiderando ocupação de espaços, recomposição defensiva e características de jogadores – é um esquema mais ofensivo que o 4-4-2, que tem quatro defensores.

Mas com o passar do tempo, o 3-5-2 passou a ser visto como um esquema defensivista, pois no lado do campo os técnicos utilizavam laterais (defesa), sendo muito mais um 5-3-2 (mais defensivo que o 4-4-2) que um 3-5-2 propriamente. Apenas liberam um pouco mais os laterais para o apoio. Como o esquema com três zagueiros, a partir de meados da década de 90, virou febre entre os técnicos brasileiros, inclusive nas bases, sumiu a figura do lateral (aquele que compõe a defesa, cobrindo zagueiros, fazendo revezamentos etc.). O senso que se formou de que o 3-5-2 era um esquema mais defensivo não veio de graça.

Deu-se espaço aos laterais que melhor apóiam que defendem, comprometendo defensivamente. Encontrar um lateral no Brasil que defende bem é uma tarefa nada fácil.

No 3-5-2, os alas precisam, necessariamente, ser armadores de suas equipes. Um dos poucos treinadores a utilizarem, de fato, um 3-5-2, foi o Ivo Wortmann, à época (2001) treinador do Coritiba. O ala esquerdo do Coxa era o Sérgio Manoel, um meia-armador. O Roberval Davino, no próprio CRB, fez isso com o Marquinhos Paraná, destaque absoluto do CRB nas temporadas de 2001 e 2002. Esses alas, por serem armadores, não podem se limitar ao flanco do campo; eles devem, por ofício, fazer o “facão” (buscar o jogo também pelo meio). O 3-5-2 legítimo é esse. Sempre foi! Pena que foi distorcido pelos técnicos brasileiros.

Ao escalar o Edmar – jogador com boa visão de jogo, inclusive – na ala, o novo treinador do CRB parece tentar implantar o genuíno 3-5-2. E se sabe que as principais deficiências do Edmar são a finalização e o porte físico; afastá-lo um pouco mais da área me parece uma idéia interessante.

O problema é que, ao tirar o Edmar do ataque, além de desmontar uma linha de frente que vinha muito bem (Edmar e Wellington), fez voltar ao time o veterano Calmon, que, assim como o Foiane, não tem mostrado um nível sequer mediano. E o pior: fez com que centroavante Wellington saísse da área, jogando fora de suas características.

A tentativa de usar um esquema verdadeiramente com cinco jogadores de meio-campo é válida, mas não pode vir a custo de dois erros, a saber: a) escalação de Foiane e Calmon, que não tem condições de compor o time titular do CRB; b) tirar o melhor jogador do time na competição de suas características (Wellington é centroavante, e não segundo atacante).

As soluções são até simples: Emerson (mais uma realidade das bases do clube, que andou lesionado) e Eduardo (que jogou com Wellington no Sub-20).

terça-feira, 9 de março de 2010

Minha seleção para Copa 2010

Goleiros:
Júlio César (Internazionale)
Victor (Grêmio)
Gomes (Tottenham)

Laterais:
Maicon (Internazionale)
Daniel Alves (Barcelona)
Kléber (Internacional)
Roberto Carlos (Corinthians)

Zagueiros:
Lúcio (Internazionale) ©
Juan (Roma)
Luisão (Benfica)
Thiago Silva (Milan)

Volantes:
Pierre (Palmeiras)
Gilberto Silva (Panathinaikos)
Marquinhos Paraná (Cruzeiro)
Elias (Corinthians)

Meias:
Elano (Galatasaray)
Kaká (Real Madrid)
Diego (Juventus)
Alex (Fenerbahçe)

Atacantes:
Robinho (Santos)
Luís Fabiano (Sevilla)
Nilmar (Villareal)
Alexandre Pato (Milan)

TIME TITULAR: Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan e Kléber (Maxwell); Pierre, Marquinhos Paraná, Diego (Elano) e Kaká; Robinho e Luís Fabiano.



Por que o Pierre?

Pra mim, todo time que jogue numa linha de quatro homens na defesa tem que ter um cabeça-de-área, daqueles caçadores e/ou que fazem bem a função de terceiro-zagueiro, que é o caso do Gilberto Silva, aquele que seria meu outro cabeça-de-área no elenco. O Pierre é muito bom no desarme, sabe fazer coberturas (e tem fôlego para isso), pode cumprir funções específicas (como marcações individuais) e, principalmente, não tem a pretensão de aparecer.

Se o time se ressentisse nas jogadas aéreas defensivas, poderia optar pelo Gilberto Silva no decorrer do jogo. Mas creio que não seria necessário, pois a seleção já tem muitos jogadores bons nesse aspecto.

Por que o Marquinhos Paraná?

O Marquinhos Paraná é o jogador que mais vezes toca na bola no bom time do Cruzeiro. Mesmo assim, é o jogador com o maior índice de passes certo no time celeste (e não é jogador de tocar de lado, é quem mais inverte o jogo e lança bolas, também). Isso não é mera retórica, é estatística.

Ele hoje cumpre a função de "direcionar" o time perfeitamente. É um bom marcador e, assim como o Pierre, sabe cumprir "missões", apesar de não ser tão ladrão de bolas quanto o palmeirense. Ele também é um jogador versátil, que pode atuar em várias posições.

Por que o Alex?

Eu não entendo a dúvida que ainda paira sobre o futebol do Alex entre os treinadores da seleção. Alex, na minha visão, é um jogador diferenciado. Tem excelente passe e, principalmente, uma capacidade de decisão e improviso maior até mesmo que o Kaká. Olhar para o banco e ter a opção de um jogador como o Alex, tranqüiliza qualquer treinador (argumento muito utilizado para uma convocação do Ronaldinho). Além do mais, ele é uma ótima opção para bolas paradas, assim como o Elano.

Por que o Gilberto Silva?

O Gilberto Silva, muito contestado na seleção do Dunga, também faria parte da minha, mas como reserva. Pode fazer a função do cabeça-de-área que flutuaria entre a frente da zaga e a sobra atrás da linha de defesa. O Gilberto é bom no jogo aéreo, bom no desarme, comete poucas faltas (não leva tantos cartões), sabe fazer o simples (não teria problemas em assumir que não é função dele armar o time), não tem vergonha de bicar quando preciso.

Apesar de discreto, ele nunca comprometeu na seleção. E ele parece exercer uma influência positiva no grupo.

Ah! A não convocação do Ronaldinho é assunto para outra vez.